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Recebimento de mercadorias no ponto de venda: guia para uma operação ágil

O recebimento de mercadorias é uma etapa crítica da cadeia logística. Quando feito de forma desorganizada ou improvisada, pode gerar rupturas de estoque, desperdícios, atrasos no abastecimento e até prejuízos financeiros. 

No cenário B2B, especialmente para atacadistas e distribuidores, a eficiência no recebimento impacta diretamente o desempenho da operação e a percepção de valor no ponto de venda (PDV).

Para garantir um fluxo logístico fluido, padronizado e eficiente, é fundamental conhecer e dominar as quatro fases principais desse processo. Antes de apresentá-las, é importante entender os desafios enfrentados no dia a dia da operação.

Desafios comuns no recebimento de mercadorias

Como já apresentado aqui, o recebimento é um ponto de vulnerabilidade se não houver padronização, organização e alinhamento entre setores. Entre os principais desafios estão:

Falta de padronização nos processos

Cada turno pode fazer de um jeito, o que aumenta a margem de erro na conferência e no registro das mercadorias. O que pode impactar diretamente o controle de estoque, além de prejudicar a rastreabilidade e dificultar auditorias internas.

Atrasos e entregas fora do cronograma

Sem uma agenda bem definida, é comum que várias transportadoras cheguem ao mesmo tempo. Isso causa congestionamento, sobrecarrega a equipe e eleva o tempo de espera e descarregamento.

Ausência de integração entre sistemas

Se o sistema de gestão não está conectado às etapas operacionais, provavelmente, a atualização do estoque será feita de forma manual, atrasando a visibilidade e gerando inconsistências nos dados.

Espaço físico mal aproveitado

Docas apertadas, zonas de conferência desorganizadas ou locais improvisados para armazenagem dificultam a movimentação e aumentam o risco de danos ou acidentes.

Recebimento de produtos com avarias ou fora da conformidade

Se a conferência for apressada ou superficial, produtos fora do padrão podem entrar no estoque, gerando retrabalho, quebras e até prejuízo em vendas futuras.

As quatro fases do recebimento de mercadorias

Um recebimento eficiente passa por quatro etapas fundamentais, que precisam estar integradas a um fluxo contínuo e bem coordenado:

1. Conferência

A conferência é o “filtro” do processo logístico. Tudo o que entra na empresa ou ponto de venda passa por ela, e qualquer falha pode se espalhar para o restante da operação. Ela deve ser dividida em:

Conferência Quantitativa:

Consiste em verificar se a quantidade recebida bate com a nota fiscal e o pedido de compra. O uso de coletores de dados, sistemas com leitura de código de barras ou QR code agiliza essa etapa e reduz falhas humanas.

Conferência Qualitativa:

Inclui a análise de integridade física (embalagem amassada, lacres rompidos), validade, temperatura (no caso de perecíveis), e até mesmo o lote e o aspecto visual do produto. 

2. Gestão da carga e descarga

A movimentação física da mercadoria também precisa ser tratada com estratégia. Isso envolve:

 Agendamento de entregas:

Reduz gargalos, otimiza o uso das docas e permite alocar recursos conforme a demanda do dia. Alguns sistemas permitem o auto agendamento pelo fornecedor ou transportadora, via portal.

Fluxo bem definido:

Separar rotas de entrada e saída de caminhões, criar vagas exclusivas para entregas e demarcar a zona de descarga são boas práticas que evitam acidentes e aceleram a operação.

Equipamentos de movimentação:

Paleteiras elétricas, empilhadeiras e elevadores de carga tornam a descarga mais rápida e segura. Entretanto, exigem layout adequado, capacitação técnica e manutenção regular.

Treinamento e EPI:

A equipe de recebimento deve receber formação contínua em segurança do trabalho, ergonomia, boas práticas de manuseio e procedimentos de emergência.

3. Higienização dos produtos

Nem todas as empresas se atentam a essa etapa, mas ela se tornou um diferencial importante, especialmente após a pandemia. Alguns segmentos a consideram parte da qualidade do serviço prestado.

 Quando é necessária?

  • Alimentos, bebidas e medicamentos;
  • Produtos que serão expostos diretamente ao consumidor;
  • Materiais armazenados em áreas climatizadas ou limpas.

 Como deve ser feita?

Utilize panos descartáveis, sprays ou cabines de sanitização com solução apropriada ao tipo de embalagem. Produtos como álcool 70% ou compostos bactericidas são comuns, mas é importante garantir que não comprometam a integridade da embalagem ou do produto.

4. Armazenagem e organização

Depois de conferidos e higienizados, os produtos precisam ser rapidamente levados ao local correto. O segredo aqui é agilidade e controle.

 Boas práticas de armazenagem:

  • Utilize o sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai);
  • Separe áreas por tipo de produto, giro, temperatura e validade;
  • Categorize os endereçamentos no sistema (ex: Aisle 1, Rack 3, Shelf B).

Boas práticas para o recebimento de mercadorias

1. Padronize processos e treinamentos

O primeiro passo para a padronização é ter um protocolo para o recebimento de cargas. Isso inclui checklists, prazos e responsáveis definidos. Treinar a equipe com base nesse padrão reduz erros, melhora a produtividade e garante que cada entrega seja conferida de forma uniforme, independentemente do turno ou do colaborador.

2. Invista em tecnologia para conferência

O uso de coletores de dados, QR codes, RFID ou aplicativos de conferência por tablet ou smartphone agiliza o registro das mercadorias. A digitalização dos processos minimiza falhas humanas e facilita a tomada de decisões.

3. Agende as entregas

Criar uma agenda de recebimento evita picos de carga, reduz o tempo de espera de motoristas e melhora o fluxo no pátio e na doca. O agendamento pode ser feito via sistema ou com comunicação direta com os fornecedores e transportadoras.

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